Quando os primeiros europeus chegaram ao Brasil, em 1500, a
Mata Atlântica cobria aproximadamente 15% do território brasileiro , área equivalente a 1.296.446 km2
. Sua região de ocorrência
original abrangia integralmente ou parcialmente atuais 17 estados
brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
São Paulo e Sergipe.
Um mapeamento encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente
e divulgado em 2006 mostra que existem hoje 27% de
remanescentes, incluindo os vários estágios de regeneração
em todas as fisionomias: florestas, campos naturais, restingas e
manguezais.
Entretanto, o percentual de remanescentes bem
conservados, é de apenas de 7,26%, segundo o último levantamento
divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em maio de 2008 . Por
esse estudo, existem somente 97.596 km2
de remanescentes
maiores de 1 km2
.
Esses dois dados apontam, por um lado, a capacidade
da Mata Atlântica de se regenerar, e por outro, a situação crítica de isolamento em que se encontram os remanescentes
em estágio avançado e primário da floresta. Mesmo reduzida e muito fragmentada, estima-se
que a Mata Atlântica possua cerca de 20.000
espécies vegetais (algo entre 33% e 36% das espécies
existentes no Brasil). Até se comparada
com a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica
apresenta, proporcionalmente ao seu tamanho,
maior diversidade biológica.
Estudos realizados no Parque Estadual da Serra
do Conduru, no sul da Bahia, mostraram uma
diversidade de 454 espécies de árvores por hectare,
número que superou o recorde de 300
espécies por hectare registrado na Amazônia
peruana em 1986 e pode significar que de fato
a Mata Atlântica possui a maior diversidade de
árvores do mundo por unidade de área.
Em relação à fauna, o que mais impressiona é
a enorme quantidade de espécies endêmicas,
ou seja, que não podem ser encontradas em
nenhum outro lugar do mundo. É o caso das 73
espécies endêmicas de mamíferos, entre elas 21
espécies e subespécies de primatas.
Os levantamentos
já realizados indicam que a Mata Atlântica
abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de
anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes.
Várias dessas espécies animais e vegetais, porém,
estão ameaçadas de extinção. Começando
pelo pau-brasil (Caesalpinia echinata), espécie
cujo nome batizou o País, são 276 espécies vegetais
da Mata Atlântica na lista oficial de espécies
ameaçadas, entre elas o palmito juçara
(Euterpe edulis), a araucária (Araucaria angustifolia)
e várias orquídeas e bromélias.
Entre
os animais terrestres, são 185 vertebrados, dos
quais 118 aves, 16 anfíbios, 38 mamíferos e 13
répteis. Há também 59 espécies de peixes ameaçados
nas bacias do Leste brasileiro, entre a foz
do rio São Francisco e o norte de Santa Catarina.
Grande parte dessas espécies ameaçadas é
endêmica, ou seja, só ocorre na região da Mata
Atlântica, como o muriqui-do-sul (Brachyteles
arachnoides), o muriqui-do-norte (Brachyteles
hypoxanthus) e o papagaio-da-cara-roxa (Amazona
brasiliensis).
Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/202/_arquivos/adequao_ambiental_publicao_web_202.pdf
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