quinta-feira, 27 de julho de 2017

Caatinga




Caatinga (do tupi: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca) é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta.




Este nome decorre da paisagem esbranquiçada apresentada pela vegetação durante o período seco: a maioria das plantas perde as folhas e os troncos tornam-se esbranquiçados e secos. 

A Caatinga ocupa uma área de cerca de 850.000 km², cerca de 10% do território nacional, englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia (região Nordeste do Brasil) e parte do norte de Minas Gerais (região Sudeste do Brasil). Ocupando cerca de 850 mil Km2 , é o mais fragilizado dos biomas brasileiros. 




O uso insustentável de seus solos e recursos naturais ao longo de centenas de anos de ocupação, associado à imagem de local pobre e seco, fazem com que a Caatinga esteja bastante degradada. Entretanto, pesquisas recentes vêm revelando a riqueza particular do bioma em termos de biodiversidade e fenômenos característicos.

Para começarmos nossos estudos sobre a caatinga é preciso esquecer toda a imagem que relacione esse bioma a um local de pobreza de paisagem e de baixa biodiversidade.

O estudo e a conservação da diversidade biológica da Caatinga é um dos maiores desafios da ciência brasileira. Há vários motivos para isto. 

Primeiro, a Caatinga é a única grande região natural brasileira cujos limites estão inteiramente restritos ao território nacional. 

Segundo, a Caatinga é proporcionalmente a menos estudada entre as regiões naturais brasileiras, com grande parte do esforço científico estando concentrado em alguns poucos pontos em torno das principais cidades da região. 

Terceiro, a Caatinga é a região natural brasileira menos protegida, pois as unidades de conservação cobrem menos de 2% do seu território.

Quarto, a Caatinga continua passando por um extenso processo de alteração e deterioração ambiental provocado pelo uso insustentável dos seus recursos naturais, o que está levando à rápida perda de espécies únicas, à eliminação de processos ecológicos chaves e à formação de extensos núcleos de desertificação em vários setores da região.

Fonte: ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA CAATINGA: UMA INTRODUÇÃO AO DESAFIO
 Inara R. Leal, Marcelo Tabarelli & José Maria Cardoso da Silva






O uso insustentável de seus solos e recursos naturais ao longo de centenas de anos de ocupação, associado à imagem de local pobre e seco, fazem com que a Caatinga esteja bastante degradada. Entretanto, pesquisas recentes vêm revelando a riqueza particular do bioma em termos de biodiversidade e fenômenos característicos.

Para começarmos nossos estudos sobre a caatinga é preciso esquecer toda a imagem que relacione esse bioma a um local de pobreza de paisagem e de baixa biodiversidade.

O estudo e a conservação da diversidade biológica da Caatinga é um dos maiores desafios da ciência brasileira. Há vários motivos para isto. 

Primeiro, a Caatinga é a única grande região natural brasileira cujos limites estão inteiramente restritos ao território nacional. 

Segundo, a Caatinga é proporcionalmente a menos estudada entre as regiões naturais brasileiras, com grande parte do esforço científico estando concentrado em alguns poucos pontos em torno das principais cidades da região. 

Terceiro, a Caatinga é a região natural brasileira menos protegida, pois as unidades de conservação cobrem menos de 2% do seu território.

Quarto, a Caatinga continua passando por um extenso processo de alteração e deterioração ambiental provocado pelo uso insustentável dos seus recursos naturais, o que está levando à rápida perda de espécies únicas, à eliminação de processos ecológicos chaves e à formação de extensos núcleos de desertificação em vários setores da região.

Fonte: ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA CAATINGA: UMA INTRODUÇÃO AO DESAFIO
 Inara R. Leal, Marcelo Tabarelli & José Maria Cardoso da Silva

A vegetação pode ser caracterizada como uma floresta baixa composta principalmente por árvores pequenas e arbustos. Freqüentemente, os caules retorcidos, além da presença de espinhos e microfilia, sendo decíduos na estação seca. 

Plantas suculentas da famíliaCactaceae são comuns e a camada herbácea é efêmera, só estando presente durante a estação chuvosa. Ao contrário do postulado, a caatinga apresenta uma alta taxa de diversidade e endemismo, fazendo-se necessário um melhor conhecimento de sua flora para possíveis medidas de conservação de suas áreas (Prado 2003). 

"Este é o bioma menos estudado entre as regiões fitogeográficas brasileiras e o menos protegido pelas unidades de conservação e proteção integral (Leal et al. 2003)".

A família Leguminosae é de grande relevância para a caracterização fisionômica dos diversos ambientes no domínio das caatingas. Estudos recentes enfatizam a distinção da flora de Leguminosae em diferentes tipos de sedimento (Queiroz 2006; Cardoso & Queiroz 2007), abrindo caminho para uma nova visão em termos de florística e estimulando estudos de análise de similaridade. Na caatinga, estão catalogados até o momento 77 gêneros e cerca de 300 espécies, representando aproximadamente um terço da vegetação (Queiroz 2006) e diversos representantes possuem grande potencial econômico como recurso forrageiro durante a seca, por ser o principal componente da diversidade vegetal do ambiente (Queiroz 1999). 

São típicos da região :

  • mandacaru
  • xique-xique
  • umbu
  • pau-ferro
  • juazeiro 
  • barriguda
  • coroa-de-frade 
xique-xique
Mandacaru 
Há na Caatinga há algumas espécies endêmicas e animais  ameaçados de extinção, por exemplo: onça-parda, urubu-rei, tatu-bola, arara-azul-de-lear, soldadinho-do-araripe, jacu verdadeiro, dentre outras. Alguns animais endêmicos desse bioma são:

  • Perereca-de-capacete (Corythomantis greeningi)
  • Jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris)
  • Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari)
  • Soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni)
  • Calango-de-cauda-verde (Ameivula venetacaudus)
  • Preguiça-de-chifres (Stenocercus squarrosus)
  • Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus)
  • Tatu-peba (Euphractus sexcinctus)
  • Macaco-prego (Cebus libidinosus)
  • Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)
  • Corrupião (Icterus jamacaii)
  • Onça-parda (Puma concolor)
  • Rapazinho dos velhos (Nystalus maculatus)
  • Mão-pelada (Procyon cancrivorus)
  • Gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon)
  • Sagui-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus)
  • Periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum)
  • Azulão (Cyanocompsa brissonii)
  • Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous)
  • Águia-chilena (Geranoaetus melanoleucus)
  • Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris)
  • Carcará (Caracara plancus)
  • Veado-catingueiro (Mazama gouazoubira)
  • Asa-branca (Patagioenas picazuro)
  • Cutia (Dasyprocta Aguti)
  • Jiboia-constritora (Boa constrictor)




Hora de verificar o que você apreendeu. Vamos fazer um Quiz com perguntas elementares sobre esse bioma. 

Clica ai: Quizz sobre a Caatinga


Cerrado : berço das águas

Em relação ao resto do País, a região central possui altitude elevada, conhecida como Planalto Central Brasileiro, divisora de bacias hidrográficas, com a presença de nascentes e corpos d´água. 



É nela que nascem as águas de três importantes bacias hidrográficas: a do Paraná, a do São Francisco e a do Amazonas. 

Das 12 regiões hidrográficas brasileiras (cf. Resolução CONAMA nº 32/2003), seis têm nascentes no Cerrado. São elas: 
  • a região hidrográfica do Amazonas (rios Xingu, Madeira e Trombetas), 
  • do Tocantins/Araguaia, do Parnaíba, do Atlântico Norte Oriental (rio Itapecuru), 
  • do São Francisco (rios São Francisco, Pará, Paraopeba, das Velhas, Jequitaí, Paracatu, Urucuia, Carinhanha, Corrente e Grande), 
  • do Atlântico Leste (rios Pardo e Jequitinhonha), 
  • do Paraná (rios Paranaíba, Grande, Sucuriú, Verde e Pardo) e 
  • do Alto Paraguai (rios Cuiabá, São Lourenço, Taquari e Aquidauana).



Rio Araguaia. Acervo pessoal 

Queda d'agua Mato Grosso ( nem ideia de onde eu estava)
Fonte: acervo pessoal 

A participação do Cerrado para a formação das bacias hidrográficas, principalmente as de maior extensão territorial e de volume de água, o trabalho de Lima & Silva (2005) menciona que a região é responsável por mais 70% da vazão gerada nas bacias do Araguaia/Tocantins, São Francisco e Paraná/Paraguai. 

Canion no rio Araguaia
Fonte: acervo pessoal 



VIDEO!!





Fonte:
Texto adaptado
Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado - PPCERRADO
Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/ppcerrado_consultapublica_182.pdf
Acesso em: 27 jul.2017

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Cerrado : Aspectos gerais






O Cerrado é um dos biomas brasileiros mais ameaçados em termos de perda de cobertura vegetal remanescente. Nele, o desmatamento, as queimadas e os incêndios florestais ocasionam a alteração da paisagem, a fragmentação dos habitats, a extinção de espécies, a invasão de espécies exóticas, a erosão dos solos, a poluição dos aqüíferos, o assoreamento dos rios e o desequilíbrio no ciclo de carbono, dentre outros prejuízos. 

O avanço das tecnologias desenvolvidas para o seu aproveitamento agropecuário permitiu que, em pouco tempo, fosse explorado de forma rápida e intensiva. E a modernização da agricultura, em curso há quatro décadas na região, levou à perda de aproximadamente metade da área original nativa.

O bioma Cerrado é a maior região de savana tropical da América do Sul, incluindo grande parte do Brasil Central e parte do nordeste do Paraguai e leste da Bolívia . Faz limite com outros quatro biomas brasileiros: ao norte, encontra-se com a Amazônia, a leste e a nordeste com a Caatinga, a leste e a sudeste com a Mata Atlântica e a sudoeste, com o Pantanal. Nas áreas de contato, estão as faixas de transição ou ecótonos. Nenhum outro bioma sulamericano possui tantas zonas de contatos biogeográficos tão distintos, conferindo-lhe um aspecto ecológico único



Ocupa cerca de 24% do território brasileiro, ou seja 2.036.448 km2 . Sua área nuclear (área core) abrange o Distrito Federal e dez estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Bahia, Piauí, Minas Gerais, São Paulo e Paraná , somando aproximadamente 1.500 municípios. Ocorre ainda em encraves isolados em praticamente quase todos os estados. Os mais expressivos encraves, contudo, são: Campos de Humaitá e Campos do Puciarí (Amazonas), Serra dos Pacaás Novos (Rondônia), Serra do Cachimbo (Pará) e Chapada Diamantina (Bahia).  

É o segundo maior bioma brasileiro, ocorre em altitudes que variam de 300m a mais de 1.600m e é uma das regiões de maior biodiversidade do planeta. Compreende um mosaico de vários tipos de vegetação, savanas, matas, campos, áreas úmidas e matas de galeria etc. Essa diversidade de fitofisionomias é resultante da diversidade de solos, de topografia e de climas que ocorrem no Brasil Central. Por essas razões, principalmente pela alta biodiversidade, é considerado como um dos biomas mais ricos, mas também um dos mais ameaçados do mundo. No âmbito mundial, a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), assinada em 1992, representa um esforço para a manutenção da biodiversidade e tem como desafio gerar diretrizes para conciliar o desenvolvimento com a conservação e a utilização sustentável dos recursos biológicos.

Vegetação 


O Cerrado apresenta elevada riqueza de espécies, com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas e cipós, totalizando 11.627 espécies vasculares nativas (MENDONÇA et al. 2008), sendo aproximadamente 44% da flora endêmica. Isso se deve principalmente à diversidade de ambientes, apresentando diferentes tipos de solos, relevo e fitofisionomias, representadas por formações florestais, savânicas e campestres. São descritos onze tipos principais de vegetação para o bioma Cerrado, enquadrados em formações florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), savânicas (Cerrado sentido restrito, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campo sujo, Campo limpo e Campo rupestre). Considerando também os subtipos neste sistema são reconhecidos 25 tipos de vegetação (RIBEIRO & WALTER, 2008). 

Fauna 

Existem cerca de 320.000 espécies de animais na região, sendo apenas 0,6% formada por vertebrados. Entre esses, os insetos têm posição de destaque com cerca de 90.000 espécies, representando 28% de toda a biota do Cerrado (AGUIAR et al., 2009). A diversidade de ambientes do Cerrado, conhecida também como mosaico de fitofisionomias, permite que espécies de características ecológicas bastante distintas existam em uma mesma localidade. Há espécies que só ocorrem em locais bem preservados e há grupos que vivem exclusivamente em formações florestais tais como o cerradão, a mata de galeria ou a mata seca. 

Conforme os dados listados no Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas de Extinção, mais da metade de distribuição de táxons, aproximadamente 60%, concentra-se na Mata Atlântica, seguido pelo Cerrado (DRUMMOND & SOARES, 2008). Enquanto que o primeiro é o mais alterado, restando-lhe apenas 7% de sua cobertura vegetal, o segundo e vem sendo desmatado para fins agropecuários em larga escala e para fornecimento de carvão vegetal para o setor de siderurgia. 

Conforme a lista, o Cerrado é o segundo em espécies vulneráveis, totalizando 68. Espécies em perigo de extinção somam 20 e as criticamente ameaçadas somam 12. Por estar localizado no Brasil Central, residem ou transitam nele espécies de outros biomas, enriquecendo sua diversidade biológica. 

O número estimado de espécies de aves desse bioma, 82,6%, é dependente, em maior ou menor grau, das áreas florestais da Mata Atlântica e da Amazônia. As espécies de aves provavelmente ocuparam o Cerrado pelas porções sudeste e noroeste. Mais de 50% das espécies de mamíferos terrestres não voadores do bioma estão associados às matas de galeria. 

E estudo mais recente, incluindo morcegos e formas semi-aquáticas e aquáticas, revelaram que esse número pode ser muito maior, chegando a 82% das espécies de mamíferos que mantêm alguma associação com as matas de galeria e que correspondem à parte dos ambientes florestais existentes no Cerrado (SOUZA, 2009). 

A antropização causada principalmente pelo avanço da fronteira agrícola, a transformação de áreas rurais em urbanas e a caça predatória são fatores que colocam em risco a fauna brasileira. 

O desmatamento fragmenta os ambientes, provoca erosão no solo e assoreamento nos corpos d´água, descaracterizando os ambientes naturais e causando prejuízos econômicos e sociais. 

Os incêndios florestais causam inúmeros impactos negativos à fauna, dentre eles a baixa disponibilidade de alimentos. 

Outro fator importante é o tráfico de animais silvestres. As regiões Norte, Norte e Centro-Oeste são locais de origem da maioria dos animais retirados na natureza. Na região CentroOeste, 80% dos animais mais procurados são as aves, em especial os psitacídeos, como as araras e papagaios.   

Fauna 

Existem cerca de 320.000 espécies de animais na região, sendo apenas 0,6% formada por vertebrados. Entre esses, os insetos têm posição de destaque com cerca de 90.000 espécies, representando 28% de toda a biota do Cerrado (AGUIAR et al., 2009). A diversidade de ambientes do Cerrado, conhecida também como mosaico de fitofisionomias, permite que espécies de características ecológicas bastante distintas existam em uma mesma localidade. 
Há espécies que só ocorrem em locais bem preservados e há grupos que vivem exclusivamente em formações florestais tais como o cerradão, a mata de galeria ou a mata seca.


Conforme os dados listados no Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas de Extinção, mais da metade de distribuição de táxons, aproximadamente 60%, concentra-se na Mata Atlântica, seguido pelo Cerrado (DRUMMOND & SOARES, 2008). Enquanto que o primeiro é o mais alterado, restando-lhe apenas 7% de sua cobertura vegetal, o segundo e vem sendo desmatado para fins agropecuários em larga escala e para fornecimento de carvão vegetal para o setor de siderurgia. 

Conforme a lista, o Cerrado é o segundo em espécies vulneráveis, totalizando 68. Espécies em perigo de extinção somam 20 e as criticamente ameaçadas somam 12. Por estar localizado no Brasil Central, residem ou transitam nele espécies de outros biomas, enriquecendo sua diversidade biológica. O número estimado de espécies de aves desse bioma, 82,6%, é dependente, em maior ou menor grau, das áreas florestais da Mata Atlântica e da Amazônia. 

As espécies de aves provavelmente ocuparam o Cerrado pelas porções sudeste e noroeste. Mais de 50% das espécies de mamíferos terrestres não voadores do bioma estão associados às matas de galeria. 

E estudo mais recente, incluindo morcegos e formas semi-aquáticas e aquáticas, revelaram que esse número pode ser muito maior, chegando a 82% das espécies de mamíferos que mantêm alguma associação com as matas de galeria e que correspondem à parte dos ambientes florestais existentes no Cerrado (SOUZA, 2009). 

A antropização causada principalmente pelo avanço da fronteira agrícola, a transformação de áreas rurais em urbanas e a caça predatória são fatores que colocam em risco a fauna brasileira. O desmatamento fragmenta os ambientes, provoca erosão no solo e assoreamento nos corpos d´água, descaracterizando os ambientes naturais e causando prejuízos econômicos e sociais.

Gado no cerrado mato grossense
Fonte: acervo pessoa  
Os incêndios florestais causam inúmeros impactos negativos à fauna, dentre eles a baixa disponibilidade de alimentos. Outro fator importante é o tráfico de animais silvestres. As regiões Norte, Norte e Centro-Oeste são locais de origem da maioria dos animais retirados na natureza. 




Na região CentroOeste, 80% dos animais mais procurados são as aves, em especial os psitacídeos, como as araras e papagaios.  Clima O bioma Cerrado apresenta características climáticas próprias, com precipitações variando entre 600 a 800 mm no limite com a Caatinga e de 2.000 a 2.200 mm na interface com a Amazônia. Com esta peculiaridade, existe uma grande variabilidade de solos, bem como, diferentes níveis de intemperização (REATTO & MARTINS, 2005). 

Cerradão 
Foto: Helci Ferreira - Disponível em: http://especializacaobiogeo.blogspot.com.br/

Geomorfologia e Solos

O Cerrado está sobre planaltos sedimentares ou cristalinos, que formam grandes blocos homogêneos separados entre si por uma rede de depressões periféricas ou interplanálticas (BRASIL & ALVARENGA, 1989). Esta variação geomorfológica ajuda a explicar, pelo menos em parte, a distribuição dos gradientes tipos de vegetação na região. 

O topo dos planaltos (500 a 1.700 m) é geralmente plano e revestido principalmente pela fitofisionomia cerrado stricto sensu. Já as florestas ribeirinhas formam corredores lineares ao longo dos cursos d´água. Em contraste, as depressões periféricas (100-500 m), apesar de serem planas e pontuadas com relevos residuais, são muito mais heterogêneas, pois são revestidas por diferentes tipos de vegetação, tais como cerrados, florestas mesofíticas e extensas florestas ribeirinhas (SILVA & SANTOS, 2005). 

Os Latossolos representam cerca de 41 % da área, apresentam coloração variando do vermelho ao amarelo, são profundos, bem drenados, ácidos, com alto teor de alumínio e pobres em nutrientes como cálcio, magnésio, potássio e alguns micronutrientes(REATTO & MARTINS, 2005). 

Além desses, ocorrem os solos pedregosos e rasos (Neossolos Litólicos), geralmente de encostas, os arenosos (Neossolos Quartzarênicos), que representam cerca de 15% da área total, os orgânicos (Organossolos) e outros em menor quantidade (SANZONOWICH, 2009). 

Hidrografia 

Em relação ao resto do País, a região central possui altitude elevada, conhecida como Planalto Central Brasileiro, divisora de bacias hidrográficas, com a presença de nascentes e corpos d´água. É nela que nascem as águas de três importantes bacias hidrográficas: a do Paraná, a do São Francisco e a do Amazonas. 

Das 12 regiões hidrográficas brasileiras (cf. Resolução CONAMA nº 32/2003), seis têm nascentes no Cerrado. São elas: a região hidrográfica do Amazonas (rios Xingu, Madeira e Trombetas), do Tocantins/Araguaia, do Parnaíba, do Atlântico Norte Oriental (rio Itapecuru), do São Francisco (rios São Francisco, Pará, Paraopeba, das Velhas, Jequitaí, Paracatu, Urucuia, Carinhanha, Corrente e Grande), do Atlântico Leste (rios Pardo e Jequitinhonha), do Paraná (rios Paranaíba, Grande, Sucuriú, Verde e Pardo) e do Alto Paraguai (rios Cuiabá, São Lourenço, Taquari e Aquidauana). A participação do Cerrado para a formação das bacias hidrográficas, principalmente as de maior extensão territorial e de volume de água, também é verificada através das informações da Tabela 3. O trabalho de Lima & Silva (2005) menciona que a região é responsável por mais 70% da vazão gerada nas bacias do Araguaia/Tocantins, São Francisco e Paraná/Paraguai. 

Clima 

O clima também pode ser dividido em duas estações bem definidas, uma seca, que tem início no mês de maio, terminando no mês de setembro, e outra chuvosa, que vai de outubro a abril. É importante ressaltar que, durante o período chuvoso, é comum a ocorrência de veranicos, ou seja, períodos sem chuva (ASSAD, 1994). As queimadas ocorrem constantemente na região e se agravam conforme os fenômenos naturais que ocorrem anualmente. Além de provocar efeitos negativos na fauna e na flora, aumenta significativamente a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. 


Fonte:
Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/ppcerrado_consultapublica_182.pdf

terça-feira, 25 de julho de 2017

Mata Atlântica


Quando os primeiros europeus chegaram ao Brasil, em 1500, a Mata Atlântica cobria aproximadamente 15% do território brasileiro , área equivalente a 1.296.446 km2 . Sua região de ocorrência original abrangia integralmente ou parcialmente atuais 17 estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

Um mapeamento encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente e divulgado em 2006 mostra que existem hoje 27% de remanescentes, incluindo os vários estágios de regeneração em todas as fisionomias: florestas, campos naturais, restingas e manguezais.

Entretanto, o percentual de remanescentes bem conservados, é de apenas de 7,26%, segundo o último levantamento divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em maio de 2008 . Por esse estudo, existem somente 97.596 km2 de remanescentes maiores de 1 km2

Esses dois dados apontam, por um lado, a capacidade da Mata Atlântica de se regenerar, e por outro, a situação crítica de isolamento em que se encontram os remanescentes em estágio avançado e primário da floresta. Mesmo reduzida e muito fragmentada, estima-se que a Mata Atlântica possua cerca de 20.000 espécies vegetais (algo entre 33% e 36% das espécies existentes no Brasil). Até se comparada com a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica apresenta, proporcionalmente ao seu tamanho, maior diversidade biológica. 

Estudos realizados no Parque Estadual da Serra do Conduru, no sul da Bahia, mostraram uma diversidade de 454 espécies de árvores por hectare, número que superou o recorde de 300 espécies por hectare registrado na Amazônia peruana em 1986 e pode significar que de fato a Mata Atlântica possui a maior diversidade de árvores do mundo por unidade de área. 

Em relação à fauna, o que mais impressiona é a enorme quantidade de espécies endêmicas, ou seja, que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do mundo. É o caso das 73 espécies endêmicas de mamíferos, entre elas 21 espécies e subespécies de primatas. 

Os levantamentos já realizados indicam que a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes. 

Várias dessas espécies animais e vegetais, porém, estão ameaçadas de extinção. Começando pelo pau-brasil (Caesalpinia echinata), espécie cujo nome batizou o País, são 276 espécies vegetais da Mata Atlântica na lista oficial de espécies ameaçadas, entre elas o palmito juçara (Euterpe edulis), a araucária (Araucaria angustifolia) e várias orquídeas e bromélias. 

Entre os animais terrestres, são 185 vertebrados, dos quais 118 aves, 16 anfíbios, 38 mamíferos e 13 répteis. Há também 59 espécies de peixes ameaçados nas bacias do Leste brasileiro, entre a foz do rio São Francisco e o norte de Santa Catarina. Grande parte dessas espécies ameaçadas é endêmica, ou seja, só ocorre na região da Mata Atlântica, como o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) e o papagaio-da-cara-roxa (Amazona brasiliensis).









Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/202/_arquivos/adequao_ambiental_publicao_web_202.pdf