quinta-feira, 25 de junho de 2015

Filariose linfática

Foto: Reprodução/CDC
Mosquito do gênero Anopheles
Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1455861-5603,00-GSK+OFERECERA+ACESSO+A+COMPONENTES+DE+MEDICAMENTOS+CONTRA+A+MALARIA.html
Acesso : em 25 jun 204


 A filariose linfática é uma doença transmitida por dois gêneros de mosquitos conhecidos: Anopheles e Culex. Esses mosquitos são responsáveis pela inoculação de um nematoide na corrente sanguínea de seu hospedeiro, no caso que estamos estudando, o homem.  O nematoide em questão é a Wuchereria bancrofti .O que nos interessa a respeito do ciclo dessa doença é relativamente muito simples. O mosquito infectado pica o homem, inocula a filária e esta provoca lesões no sistema linfático do hospedeiro, que vai apresentar como sintomas, o inchaço em membros superiores e principalmente nos membros inferiores. 

Aspectos epidemiológicos : Nem todos os indivíduos que abrigam a filária em seus organismos desenvolvem sintomas.Havendo ou não detecção de microfilárias no sangue periférico; outros podem apresentar febre recorrente aguda, astenia, mialgias, fotofobia, quadros urticariformes, pericardite, cefaleia, linfadenite e linfangite retrógrada, com ou sem microfilaremia. Os casos crônicos mais graves são de indivíduos que apresentam hidrocele, quilúria e elefantíase de membros, mamas e órgãos genitais. Nesses casos, em geral, a densidade de microfilária no sangue é muito pequena ou mesmo não detectável. Descrevem-se, ainda, casos de eosinofilia pulmonar tropical, síndrome que se manifesta por crises paroxísticas de asma, com pneumonia intersticial crônica e ligeira febre recorrente, cujo leucograma registra importante eosinofilia. Nesses casos, o exame dos tecidos mostra microfilárias em processo de degeneração, não encontradas no sangue periférico (filaríase oculta). Sinonímia - Filariose, filaríase de Bancrofti, elefantíase. Agente etiológico - Wuchereria bancrofti, nematódeo que vive nos vasos linfáticos dos indivíduos infectados. Reservatório - O homem. Modo de transmissão - Pela picada dos mosquitos transmissores com larvas infectantes (L3). 

No Brasil, o Culex quinquefasciatus é o principal transmissor. Em geral, as microfilárias têm periodicidade para circular no sangue periférico, sendo mais detectadas à noite, entre as 23h e 1h. 

Período de incubação - Manifestações alérgicas podem aparecer 1 mês após a infecção. As microfilárias, em geral, aparecem no sangue periférico de 6 a 12 meses após a infecção com as larvas infectantes da W. bancrofti

Período de transmissibilidade - Não se transmite de pessoa a pessoa. O ciclo ocorre quando um inseto transmissor pica um homem infectado com microfilaremia e a transmite a outro indivíduo, após maturação das microfilárias no vetor, que ocorre entre 12 a 14 dias do repasto sanguíneo. A microfilaremia pode persistir, aproximadamente, por 5 a 10 anos.


Complicações - Hidrocele, linfoscroto, elefantíase e hematoquilúria.  A hidrocele testicular é o acúmulo de líquido em quantidades aumentadas no interior da bolsa escrotal e pode ocorrer uni ou bilateralmente. 

Diagnóstico - Clínico-epidemiológico, quando há manifestações sugestivas e o indivíduo é oriundo de área endêmica. Diagnóstico específico - O teste de rotina é feito pela pesquisa da microfilária no sangue periférico, pelo método da gota espessa (periodicidade noturna, das 23h a 1h). Olha que bacana, o nematoide tem atividade noturna no corpo de seu hospedeiro, isso é reflexo do ciclo circadiano do bicho! 


Pode-se, ainda, pesquisar microfilária no líquido ascítico, pleural, sinovial, cefalorraquidiano, urina, expectoração e gânglios, sendo, entretanto, restrito a casos específicos. Pela presença do verme adulto no sistema linfático, genitália ou em outras lesões (essa forma de diagnóstico não é realizada como rotina). - 

Podem ser realizados os testes de Elisa ou testes imunocromatográficos para pesquisa de antígenos circulantes.Nos homens, é indicada a ultra-sonografia da bolsa escrotal; em mulheres, a ultra-sonografia da mama ou região inguinal e axilar deve ser avaliada


Características epidemiológicas - Continua sendo de grande importância na África. Foi uma doença prevalente no Brasil, mas, hoje, encontra-se restrita a alguns focos persistentes no Pará, Pernambuco e Alagoas. 

Vigilância Epidemiológica Objetivos - Interromper a transmissão da parasitose nos focos que persistem no Brasil, evitando o surgimento de casos novos, e controlar os doentes portadores de morbidade filarial. Notificação - Doença de notificação nos estados que permanecem com foco. Em situações de detecção de novos focos, deve-se notificar como agravo inusitado, de acordo com a normatização do Ministério da Saúde.


Medidas de controle - As medidas de controle a seguir foram retiradas  e um manual no Ministério da Saúde chamado: Doenças Infecciosas e Parasitária: guia de bolso, 8ª ed.  e está disponível na web.

  • Educação em Saúde - Informar as comunidades das áreas afetadas sobre a doença e as medidas que podem ser adotadas para sua redução/ eliminação; identificar os criadouros potenciais no domicílio e peridomicílio, estimulando sua redução pela própria comunidade.
  • Redução da densidade populacional do vetor - Por meio de biocidas; bolinhas de isopor, método esse limitado a criadouros específicos urbanos (latrinas e fossas); mosquiteiros ou cortinas impregnadas com inseticidas para limitar o contato entre o vetor e o homem; borrifação intradomiciliar com inseticidas de efeito residual (dirigida contra as formas adultas do Culex).
  • Tratamento coletivo  - Para as populações humanas que residem nos focos, de acordo com os esquemas preconizados no item de Tratamento.




Links legais:

Hidrocele: https://www.youtube.com/watch?v=yBSkPegXgXc
Aula  : https://www.youtube.com/watch?v=k2NLYnwDI6Q














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