Método Científico
Ao
analisarmos a evolução da história da produção de conhecimento científico
observamos que dois termos vêm sendo empregados para descrever os métodos de
pesquisa: indutivo e dedutivo. O método dedutivo é racionalista e o indutivo é
empirista. Há ainda outros métodos de pesquisa. O método hipotético dedutivo (Karl
Popper), O método dialético (Hegel), Método fenomenológico (Hurseel).
A
diferenciação entre método e técnicas: método seria o conjunto das diversas
etapas ou passos que devem ser seguidos para a realização da pesquisa e que,
assim, configurariam, as técnicas. Os objetos de investigação determinam o tipo
de método a ser empregado (racional ou experimental).
O método científico é aquele segue a
realidade dos fatos. Toda investigação nasce de um problema. O conjunto de
processos ou etapas que compõem a pesquisa será configurado no método
científico. Quando ele é racional, ele se volta para realidades que não são
passíveis de comprovação experimental e sim de uma visão mais ampla sobre o
homem, a vida, o mundo e o ser. Vale ressaltar que a maioria das técnicas que
compõem o método científico e o racional é comum, embora devam ser adaptadas,
mas muitas técnicas acabam sendo comuns a várias Ciências. Existe, então, um
método comum a todas as Ciências: observação, descrição, comparação, análise e
síntese, além dos processos mentais, dedução e indução. Esses procedimentos
serviriam, segundo os autores, para propor problemas, levantar hipóteses,
efetuar observações, registrar dados que respondam às perguntas e elaborar
explicações.
A
observação é uma técnica de pesquisa. A observação deve ser atenta, completa,
precisa e metódica. Há vários modos de classificar a observação. Seriam elas:
assistemática (não planejada), sistemática (estruturada), não- participante
(pesquisador é observador apenas), participante (pesquisador se envolve),
individual (observador submete o objeto ao crivo de seus conhecimentos),
observação em equipe (várias pessoas observam objeto), observação laboratorial
(artificial, isola objeto de interferências externas).
Sobre a descrição: esta deve ser precisa para
que o interlocutor seja capaz de visualizar exatamente o que o pesquisador
observou. Na comparação, são abstraídas semelhanças e destacadas as diferenças,
culminando na análise e na síntese, processos distintos, embora inseparáveis,
sendo que após a análise, segue-se a síntese. A análise é o processo que parte
do mais complexo para o mais simples, ou seja, uma decomposição do todo. Já a
síntese seria o contrário, uma composição. A análise e síntese ainda podem ser
classificadas em experimentais e racionais. As primeiras operam sobre fatos
concretos nas Ciências da natureza, já as segundas operam sobre idéias e
verdades mais gerais, feitas mentalmente, empregadas, portanto na Filosofia e
Matemática.
Outras técnicas dizem respeito aos elementos
estatísticos, que gerarão dados em valores numéricos e incidirão nos
determinantes das possibilidades de análise, comparação, experimentação, o que
irá interferir na qualidade do relatório final.
A indução e a dedução são formas de abordagem
de um tema, que orientam a reflexão, obtendo conclusões verdadeiras através de
premissas também verdadeiras. O argumento indutivo baseia-se na generalização
de todos os casos observados e fatos similares verificados. Os argumentos
indutivos acabam sendo reforçados pelos dedutivos extraídos das áreas afins. A
indução formal é submetida às leis do pensamento. Já a indução científica é o
raciocínio que leva à conclusão de alguns casos observados a partir da lei que
os rege. A dedução é a argumentação que torna explícitas verdades contidas em
verdades universais, que levarão a uma conclusão. Esta conclusão será
verdadeira se as premissas também forem.
O
método indutivo é criticado pelo filósofo Karl Popper (1902- 1994), o qual cunha
o termo racionalismo crítico, que rejeita o empirismo clássico e o observacionalismo-indutivista.
Segundo Popper o
método científico e o conhecimento em geral, progridem através de conjecturas e
refutações, sendo que a tentativa de refutação conta com o apoio da lógica
dedutiva, que passa a ser um instrumento de crítica.
Thomas
Kuhn (1922- 1996), Lakatos e Feyerabend, entre outros, criticam tanto Popper
quanto os indutivistas, alegando que sempre é possível fazer alterações nas
hipóteses e teorias auxiliares quando uma previsão não se realiza.
Kuhn
apresenta o conceito de paradigma como “teoria ampliada”, formada por leis,
conceitos modelos, analogias, valores, regras para a avaliação de teorias e
formulação de problemas, princípios metafísicos e “exemplares”
O
grande objetivo de Kuhn é “explicar porque os cientistas mantêm teorias apesar
das discrepâncias, e tendo aderido à ela porque eles a abandonam?”.
São
estes paradigmas que orientam a pesquisa cientifica e, por apresentarem tamanha
força determinam como um fenômeno é percebido pelos cientistas, o que explica
por que as revoluções científicas são raras: em vez de abandonar teorias
refutadas, os cientistas se ocupam com a pesquisa cientifica orientada por um
paradigma e baseada em um consenso entre especialistas.
Tem-se
inicio então um período chamado de “revolução
cientifica”, iniciando-se uma mudança de paradigmas na ciência. Novos fenômenos
são descobertos, conhecimentos antigos são abandonados e há uma mudança radical
na prática cientifica e na “visão de mundo” do cientista.
Referencias
CERVO,
Amado Luiz; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Pedro da. Métodos e Técnicas de Pesquisa.
In: Metodologia Científica. 6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007, Cap.
3, p. 27-41.
CERVO,
Amado Luiz; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Pedro da. Formas de pensamento. In:
Metodologia Científica. 6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007, Cap. 4,
p. 42-50.
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