domingo, 10 de maio de 2015

Método Científico : Fazer Pesquisa



Método Científico
Ao analisarmos a evolução da história da produção de conhecimento científico observamos que dois termos vêm sendo empregados para descrever os métodos de pesquisa: indutivo e dedutivo. O método dedutivo é racionalista e o indutivo é empirista. Há ainda outros métodos de pesquisa. O método hipotético dedutivo (Karl Popper), O método dialético (Hegel), Método fenomenológico (Hurseel).

A diferenciação entre método e técnicas: método seria o conjunto das diversas etapas ou passos que devem ser seguidos para a realização da pesquisa e que, assim, configurariam, as técnicas. Os objetos de investigação determinam o tipo de método a ser empregado (racional ou experimental).

O método científico é aquele segue a realidade dos fatos. Toda investigação nasce de um problema. O conjunto de processos ou etapas que compõem a pesquisa será configurado no método científico. Quando ele é racional, ele se volta para realidades que não são passíveis de comprovação experimental e sim de uma visão mais ampla sobre o homem, a vida, o mundo e o ser. Vale ressaltar que a maioria das técnicas que compõem o método científico e o racional é comum, embora devam ser adaptadas, mas muitas técnicas acabam sendo comuns a várias Ciências. Existe, então, um método comum a todas as Ciências: observação, descrição, comparação, análise e síntese, além dos processos mentais, dedução e indução. Esses procedimentos serviriam, segundo os autores, para propor problemas, levantar hipóteses, efetuar observações, registrar dados que respondam às perguntas e elaborar explicações.

A observação é uma técnica de pesquisa. A observação deve ser atenta, completa, precisa e metódica. Há vários modos de classificar a observação. Seriam elas: assistemática (não planejada), sistemática (estruturada), não- participante (pesquisador é observador apenas), participante (pesquisador se envolve), individual (observador submete o objeto ao crivo de seus conhecimentos), observação em equipe (várias pessoas observam objeto), observação laboratorial (artificial, isola objeto de interferências externas).

Sobre a descrição: esta deve ser precisa para que o interlocutor seja capaz de visualizar exatamente o que o pesquisador observou. Na comparação, são abstraídas semelhanças e destacadas as diferenças, culminando na análise e na síntese, processos distintos, embora inseparáveis, sendo que após a análise, segue-se a síntese. A análise é o processo que parte do mais complexo para o mais simples, ou seja, uma decomposição do todo. Já a síntese seria o contrário, uma composição. A análise e síntese ainda podem ser classificadas em experimentais e racionais. As primeiras operam sobre fatos concretos nas Ciências da natureza, já as segundas operam sobre idéias e verdades mais gerais, feitas mentalmente, empregadas, portanto na Filosofia e Matemática.

Outras técnicas dizem respeito aos elementos estatísticos, que gerarão dados em valores numéricos e incidirão nos determinantes das possibilidades de análise, comparação, experimentação, o que irá interferir na qualidade do relatório final.
           
A indução e a dedução são formas de abordagem de um tema, que orientam a reflexão, obtendo conclusões verdadeiras através de premissas também verdadeiras. O argumento indutivo baseia-se na generalização de todos os casos observados e fatos similares verificados. Os argumentos indutivos acabam sendo reforçados pelos dedutivos extraídos das áreas afins. A indução formal é submetida às leis do pensamento. Já a indução científica é o raciocínio que leva à conclusão de alguns casos observados a partir da lei que os rege. A dedução é a argumentação que torna explícitas verdades contidas em verdades universais, que levarão a uma conclusão. Esta conclusão será verdadeira se as premissas também forem.

O método indutivo é criticado pelo filósofo Karl Popper (1902- 1994), o qual cunha o termo racionalismo crítico, que rejeita o empirismo clássico e o observacionalismo-indutivista. Segundo Popper  o método científico e o conhecimento em geral, progridem através de conjecturas e refutações, sendo que a tentativa de refutação conta com o apoio da lógica dedutiva, que passa a ser um instrumento de crítica.
Thomas Kuhn (1922- 1996), Lakatos e Feyerabend, entre outros, criticam tanto Popper quanto os indutivistas, alegando que sempre é possível fazer alterações nas hipóteses e teorias auxiliares quando uma previsão não se realiza.

Kuhn apresenta o conceito de paradigma como “teoria ampliada”, formada por leis, conceitos modelos, analogias, valores, regras para a avaliação de teorias e formulação de problemas, princípios metafísicos e “exemplares”
O grande objetivo de Kuhn é “explicar porque os cientistas mantêm teorias apesar das discrepâncias, e tendo aderido à ela porque eles a abandonam?”.
São estes paradigmas que orientam a pesquisa cientifica e, por apresentarem tamanha força determinam como um fenômeno é percebido pelos cientistas, o que explica por que as revoluções científicas são raras: em vez de abandonar teorias refutadas, os cientistas se ocupam com a pesquisa cientifica orientada por um paradigma e baseada em um consenso entre especialistas.

Tem-se inicio então um período chamado de “revolução cientifica”, iniciando-se uma mudança de paradigmas na ciência. Novos fenômenos são descobertos, conhecimentos antigos são abandonados e há uma mudança radical na prática cientifica e na “visão de mundo” do cientista.

Referencias
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Pedro da. Métodos e Técnicas de Pesquisa. In: Metodologia Científica. 6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007, Cap. 3, p. 27-41.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Pedro da. Formas de pensamento. In: Metodologia Científica. 6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007, Cap. 4, p. 42-50.

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